Transporte em crise. Opinião

José Antonio Ferreira Dapia. Revolucionando a rede e a tecnologia em mobilidade e gestão de frotas em eventos como Tech4Fleet e Top Fleets
José Antonio Ferreira Dapia. Revolucionando a rede e a tecnologia em mobilidade e gestão de frotas em eventos como Tech4Fleet e Top Fleets

Eu tenho mais do que 30 anos trabalhando ao lado empresas de logística e transporte, e eu vi tudo. Desde a transformação do frotas de veículos à digitalização, passando pelos anos dourados da concorrência de preços, onde tudo era uma corrida para reduzir custos sem pensar na sustentabilidade. Hoje, a situação do setor é crítica. Encontramo-nos no meio de uma guerra de preços imparável, com inúmeras microempresas, nenhuma delas capaz de alcançar as economias de escala que permitiriam competir com os gigantes dos transportes. E, paralelamente, os transportadores Eles parecem maltratados, falta de motorista É mais do que um tema recorrente e a digitalização continua a ser um assunto pendente.

Como membro do conselho de administração da Associação Espanhola de Transportes e delegado para a Galiza, não posso deixar de me preocupar com o futuro imediato deste sector. A transformação tecnológica É a única esperança, mas a adoção continua mínima. Embora o mercado esteja sendo inundado com veículos elétricos, a hidrogénio e a gás liquefeitoa maioria das frotas continua a operar com veículos convencionais, sem aproveitar as enormes vantagens dos novos modelos. A tecnologia veicular existe, mas a falta de conhecimento e o medo do investimento impedem a mudança.

A escassez de motoristas e a falta de preparo tecnológico.

Um problema que atinge duramente o setor é a falta de motoristas. As empresas de transporte enfrentam um duplo desafio: atrair novos condutores e melhorar a eficiência das suas frotas com os recursos de que dispõem. A escassez de pessoal não é apenas um crise de abastecimentomas também uma consequência direta da falta de adoção tecnológica. Com o uso adequado de sistemas de telemetria e gestão de frotas, poderíamos reduzir a dependência de um grande número de motoristas, otimizando rotasmelhorando a manutenção preditiva dos veículos e reduzindo os custos operacionais.

Transportes: um setor atomizado que precisa unir forças

O sector continua extremamente fragmentado, com milhares de microempresas que lutam para sobreviver em um mar de competição feroz. No entanto, há enormes oportunidades de colaboração. As pequenas empresas podem e eles devem associar partilhar recursos, investir em tecnologia de gestão de frotas e aumentar a sua competitividade. Em muitos casos, não o fazer é condenar estas empresas ao desaparecimento, uma vez que eles não podem competir com os grandes players que gerem economias de escala e sistemas logísticos integrados.

Por que continuamos a resistir à tecnologia?

A digitalização continua a ser um tema tabu em muitos empresas de transporte. O TMS (Sistemas de Gestão de Transportes) Eles continuam sendo ferramentas pouco utilizadas. A utilização de sistemas telemáticos é generalizada, mas a maioria transportadoras Eles não sabem como extrair informações relevantes desses dados. E isso é um erro gravíssimo! O setor está cheio de dadosFerramentas valiosas que podem ajudar a otimizar rotas, reduzir o consumo de combustível, antecipar problemas nos veículos antes que eles ocorram e, em última análise, reduzir custos operacionais. O segredo é saber interpretar esses dados e agir de acordo.

A guerra de preços: é esse o caminho?

A guerra de preços no sector dos transportes está a levar muitas empresas a as margens mais baixas da história. A redução constante das tarifas, em vez de promover competitividade das empresas, está destruindo o valor do serviço. Em vez de procurar o preço mais baixo, o setor deve apostar na melhoria contínua, na qualidade do serviço e na sustentabilidade. A digitalização não só poupa custos, mas também pode melhorar a fiabilidade e a eficiência, o que, a longo prazo, se traduz num serviço melhor e mais rentável.

A transformação tecnológica como única saída

O futuro dos transportes passa necessariamente pela digitalização e pela sustentabilidade. As empresas que não dão o passo para a utilização de veículos eléctricos, a hidrogénio ou a gás liquefeito, e que não implementam sistemas de gestão modernos, estão fadados ao fracasso. O segredo é adotar tecnologias que, embora exijam um investimento inicial, garantam redução de custos operacionais e maior competitividade no longo prazo. Os sistemas telemáticos, o TMS e a gestão eficiente de dados são a base para melhorar o sector.

Um apelo à ação para todos os atores do setor.

É hora de deixar de lado a resistência e ver a digitalização não como uma ameaça, mas como uma oportunidade. Como delegado da Associação Espanhola de Transportes para a Galiza, apelo às empresas de transporte, aos expedidores e a todos os intervenientes do sector para que se unam e dêem um passo em frente na modernização dos transportes. É hora de aproveitar as ferramentas que a tecnologia coloca à nossa disposição para sermos mais competitivos, sustentáveis ​​e rentáveis.

O transporte tem futuromas apenas se estivermos dispostos a nos adaptar, colaborar e investir na mudança. Digitalização, sustentabilidade e cooperação são as chaves para uma nova era no transporte.

Eles se tornam tecnológicos para mim!

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