O Governo da Argentina culpou diretamente os sindicatos pela greve nacional no sector dos transportes que está a afetar esta quarta-feira a circulação de pessoas em todo o país, com exceção do serviço de autocarros, que apelou a uma medida de força própria para a próxima quinta-feira.
No início deste dia, o porta-voz do Executivo, Manuel Adorni, partilhou uma publicação na sua conta ‘X’ na qual afirmava que “Enquanto o país avança, eles recuam”. Suas declarações desta quarta-feira vão ao encontro das anteriores.
Na última terça-feira, Adorni argumentou que a única coisa que os grevistas conseguem é prejudicar quem quer trabalhar. “A parada privilegiada. Aqueles de nós que amam vivendo em um país melhor não queremos parar”, Ele declarou um dia antes da celebração da medida de força.
Além disso, o Executivo tem divulgado diversas mensagens nas redes sociais e nas estações de metro ou comboio nas quais se pode ler a seguinte mensagem: “os sindicalistas não te deixam trabalhar. de força dos sindicalistas Moyano e Biró Para proteger seus privilégios, não haverá serviço de transporte nesta quarta-feira.
O secretário de Transportes, Franco Mogetta, Também atacou os sindicalistas, a quem destacou por falarem em defender os trabalhadores, mas deixá-los “a pé e não lhes dar a possibilidade de sair para trabalhar para ganhar a vida no dia a dia”.
Além disso, Mogetta apresentou um número sobre o impacto económico que esta greve tem na economia argentina. “A greve normalmente visa prejudicar aqueles que deveriam responder à reivindicação, mas aqui não há sequer reivindicação, é uma greve política. Isto é um boicote ao Estado no valor de 150 milhões de dólares”, assegurou.
Resposta dos líderes sindicais
Para o secretário-geral da Associação de Pilotos de Linha Aérea (APLA), Pablo Biró, e o líder do Sindicato dos Caminhoneiros e o co-secretário da CGT, Pablo Moyano, denunciaram que o Governo tem uma campanha contra eles.
“A perseguição aos dirigentes não é novidade, é uma marca deste Governo. No meu caso pessoal são bastante cruéis, apresentaram queixa-crime, colocaram os serviços perseguir minha família e tentar me condicionar, “Expulsaram-me ilegalmente de representar o conselho de administração da Aerolíneas Argentinas”, denunciou Biró.
Por sua vez, Moyano pediu para focar a unidade do setor, que é “o que importa” deste dia e o que, na sua opinião, mostra que o Executivo terá de respeitá-los. Além disso, alertou que novas medidas contundentes poderiam ser tomadas. “Estamos dispostos a continuar a confrontar este Governo”, afirmou.
De acordo com vários serviços de transporte como o metro, o cumprimento da greve foi unânimecom amplo acompanhamento por parte dos trabalhadores que denunciam o ajustamento económico do Governo de Javier Milei.